quinta-feira, 6 de maio de 2010

O que consola a perda é a permanência

A morte sempre nos apunhala pelas costas.
Pega-nos de súbido e apodera-se de nossa alma,
rouba nosso próprio coração,
depois o devolve, marcado.
Mas a dor é pura,
e o lenitivo, o que abranda
é a união das pessoas que se gostam.
A ternura de um gesto pode completar esse vazio?
As lágrimas somente amortecem o coração.
Então, pouco a pouco, a dor se suaviza
e o que era oco, enfim se preenche
de uma presença, constante,
que se torna percebida.
Essa presença, ao contrário da dor, não passa nunca,
e assim, transformada, a pessoa amada existirá para sempre
dentro de nós.

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